CHÁ BRANCO 
O chá branco é produzido a partir dos primeiros rebentos do ano normalmente cobertos por uma pelugem branca, e por vezes das pequenas e delicadas folhas adjacentes. É o chá menos processado e resulta da secagem dos botões ao sol. De sabor aveludado e levemente floral, é considerado o tipo de chá que concentra a maior quantidade de substâncias benéficas para a saúde. O chá branco mais apreciado e raro é o Agulhas de Prata ou Bai Hao Yinzhen, seguido do Pai Mu Tan ou Peónia Branca, e do Shou Mei ou Sobrancelha da Longevidade, provenientes da região chinesa de Fujian.
CHÁ AMARELO 
O amarelo era a cor do imperador, e este chá uma raridade reservada à corte imperial. Ainda hoje é um chá raro de preço elevado. O seu processo de produção é semelhante ao do chá verde, mas mais complexo: após a secagem e desativação do processo de oxidação, as folhas voltam a ser humedecidas e secas. Este tipo de processamento faz com que o chá revele uma maior riqueza de aromas, e uma subtil cor dourada. O sabor possui a frescura de um chá verde e a leveza e suavidade de um chá branco. Um chá amarelo de grande qualidade é o Jun Shan Yin Zhen oriundo da ilha de Junshan localizada no lago Dongting na província de Hunan.
CHÁ PRETO
 As folhas do chá preto são submetidas a um processo de oxidação quase total. Com a oxidação estas ganham tonalidades mais escuras e douradas, os diversos aromas naturais que possuem amadurecem e intensificam-se. As infusões têm por isso um sabor rico e marcante, com brilhantes tons dourados e acobreados, que fazem com que na China o chá preto seja conhecido como chá vermelho. Tratando-se de um tipo de chá muito apreciado no Ocidente, existe uma gigantesca oferta disponível. Entre os mais valorizados estão os chás da Índia e da China, provenientes de famosas regiões de origem: o Darjeeling, rico em notas florais e de gosto opulento e delicado, conhecido como o champanhe dos chás, os chás pretos de Assam, de Dooars e Nilgiri, com sabor vibrante e profundo, ideais para o início do dia, vindos da Índia; o requintado Keemun com notas de madeira, cacau e frutos secos ou os chás pretos de Yunnan de complexo sabor maltado, oriundos da China. De sublinhar ainda os chás do Ceilão (Sri Lanka) como o romântico Lovers’ Leap, um chá perfumado da região de Nuwara Eliya. Em Portugal a Fábrica de Chá Gorreana, produz na ilha de S. Miguel um fabuloso chá preto de folha inteira com aroma atlântico: o Ponta Branca.
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CHÁ VERDE
As folhas deste tipo chá exibem uma bela cor verde, e devem-no a métodos de aquecimento, através de wok na China ou vapor no Japão, que permitem evitar o processo de oxidação. As infusões têm um sabor fresco, vegetal, ligeiramente adstringente e por vezes frutado e tostado. O chá verde tem sido alvo de inúmeros estudos científicos que confirmam os seus efeitos anti-envelhecimento. Entre os chás verdes mais valorizados estão: o Long Jing ou Poço do Dragão, o Bi Luo Chun, o Mao Feng e o Da Fang, da China, e o Gyokuro, um chá muito raro, o Matcha, o chá da cerimónia do chá, e o popular Sencha, produzidos no Japão. Em Portugal é manufaturado o poético Encosta da Bruma, um chá verde artesanal e biológico oriundo dos jardins de chá da Gorreana em S. Miguel.
CHÁ OOLONG
 Oolong significa «dragão negro» e é um chá muito apreciado na China pela exuberância e amplitude de aromas que apresenta. Este tipo de chá é parcialmente oxidado, e pode ter diferentes graus de oxidação entre o chá verde e o chá preto. Os chás oolong menos oxidados têm aromas florais com notas de narciso, jacinto e lírio-do-vale e um sabor fresco e aveludado. Os chás próximos do chá preto são ricos em aromas frutados de pêssego ou alperce, e possuem um sabor doce levemente tostado. A manufactura de alguns destes chás é artesanal e complexa, especialmente no caso dos oolong de folhas inteiras enroladas que se assemelham a pérolas barrocas. Alguns dos mais conhecidos oolongs são produzidos na região de Fugian na China, como o Tieguanyin ou Deusa da Misericórdia, um oolong «verde» e floral, e o Da Hong Pao ou Grande Manto Vermelho, de sabor rico e profundo. Na ilha Formosa (Taiwan) são também manufaturados alguns dos mais raros oolongs como o Tung Ting da região de Sungpoling, um dos melhores oolongs verdes, e o Amber Oolong da região de Nantou, um chá mais oxidado de sabor redondo com um toque fumado e reminiscências de chocolate negro. Com um bouquet de aromas rico e pleno, as folhas destes chás permitem normalmente várias infusões.
CHÁ VERMELHO (PU-ERH)
 O chá vermelho é originário da região de Yunnan no sudoeste da China, considerada o berço do chá. As folhas deste tipo de chá provêm de gigantescas árvores ancestrais e possuem características únicas. Os segredos da manufatura do Pu-erh remontam à dinastia Tang (618-907) e têm evoluído ao longo dos séculos. O Sheng Pu-erh ou «Pu-erh Cru» é manufaturado de modo tradicional: este adquire uma maior textura e complexidade por meio de um processo de fermentação lento e natural - fermentação e não oxidação como acontece nos chás oolong e preto – que pode durar 25 anos ou mais, como num bom vinho. O Shou Pu-erh ou «Pu-erh Cozido» resulta de um processo de fermentação controlado industrialmente, criado nos anos 70, que permite em cerca de 2 meses conseguir um sabor próximo do Pu-erh tradicional. O Pu-erh envelhecido naturalmente é o mais caro e apreciado. Este pode também ser consumido fresco, mas se for guardado durante alguns anos, em condições adequadas, vai ganhando um sabor mineral rico e intenso que permite sucessivas infusões. As folhas destes chás apresentam-se prensadas em diversos formatos ou soltas. Por vezes as infusões têm uma cor escura, razão porque na China é conhecido como chá preto. O Pu-erh é muito valorizado pelas suas propriedades medicinais: reduz o colesterol, é digestivo e depurativo. Ao comprar este chá é importante ter em atenção: o ano de produção, o tipo de Pu-erh, o produtor e a região de origem. Duas fábricas prestigiadas são: a Menghai Tea Factory e a Xiaguan Tea Factory situadas em Yunnan.
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